Há algum tempo li, não me lembro onde, que as propagandas não nos vendem um produto e sim uma nova vida. Ao analisarmos os comerciais percebemos que isso é a pura verdade.
Nos comerciais de automóveis o destaque para as belas paisagens, equipamentos de esportes radicais, pessoas bonitas e bem vestidas. Nem um detalhe sobre o preço da manutenção, dos combustíveis, dos impostos anuais etc.
As cervejas são exibidas em bares aconchegantes, com pessoas bonitas, garçons simpáticos, enfim, nunca mostram as inconveniências encontradas, em muitos desses, ambientes.
Isso são apenas dois exemplos, mas todas as propagandas anunciam um produto bem diferente do que estão querendo vender.
O mesmo estilo é adotado pelos dois principais partidos políticos que disputam a presidência do Brasil, nas eleições 2010. Com campanhas repletas de recursos tecnológicos e a mínima exposição real dos candidatos, uma pessoa desavisada pode chegar a pensar que não estão falando do mesmo país do qual vivemos.
A lei que proibi os programas humorísticos, tipo CQC, de entrevistarem e satirizarem os candidatos prestam um grande (des)serviço a população e um ótimo aos políticos. Assim ficam blindados de serem desmascarados da imagem criada por seus publicitários.
Discussões sobre economia, saúde, políticas sociais, a absurda carga tributária, os escândalos envolvendo polítocos dos partidos em questão e muitas outras coisas são ignoradas e substituídas por imagens belíssimas do nosso país e musiquinhas que nada refletem do nosso cotidiano.
E como acontece com os demais produtos, a maior parte da população continuará adquirindo os anunciados, como se vivessem a realidade que assistem nos comerciais.
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