Há poucos dias eleitores se revoltaram contra declarações feitas pelo deputado Jair Bolsonaro, com direito a manchete em todos os jornais, manifestações de revolta nas ruas, twitter, notas de esclarecimento e tudo mais. Isso tudo graças a uma entrevista onde ele disse a opinião particular dele.
Onde estarão esses mesmos revoltados, que cogitaram até mesmo um pedido de cassação contra o deputado por suas declarações, agora com situações muito mais absurdas e menos pessoais como as dessa semana?
Primeiro quando o senador Roberto Requião (PMDB-PR) ameaçou agredir um jornalista, tomou o gravador do mesmo e depois ainda divulgou no twitter que fora vítima de bullying (banalizaram ou não a palavra?) por parte do jornalista.
E também não seria mais interessante os eleitores se rebelarem contra todos os menbros do Senado, afinal a casa aceitou o nome de Renan Calheiros (PMDB-AL) no Conselho de Ética e Justiça do Senado, sem nenhum constrangimento.
Mas será que quantos eleitores, mesmo dos revoltados contra Bolsonaro, sabem quem é Renan Calheiros ou Roberto Requião, ou mesmo, liberdade de imprensa ou Conselho de Ética e Justiça?
As entidades que cobraram atitudes a respeito do deputado, OAB, por exemplo, não se manifestaram com a mesma veemência nesses casos do Senado. E olha que nem comentaram também do episódio com o outro deputado, Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca, que devolveu um dinheiro aos cofres públicos após gastá-los indevidamente em um resort.
Infelizmente os eleitores, e a população em geral, só se revoltam com o que são instigados, manipulados, a se revoltarem. Eles nem sabiam da existência de Bolsonaro e provavelmente a maioria já nem lembra mais dele, mas naquele momento tudo foi mostrado para se rebelarem contra "os absurdos ditos por um deputado", os grandes desmandos são ignorados pela enorme maioria e como na música "Povo marcado, Êh! Povo feliz!", os políticos seguem com total liberdade para suas ações.
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