terça-feira, 2 de abril de 2013

Para pensar sobre a nossa insignificância.



O excelente texto é de autoria de uma grande amiga, vale a pena conferir:

"Estava eu com 14 anos, primeira aula de Eletricidade I do curso de Eletrônica Industrial do CEFET-PR.

Um professor que já devia estar aposentado há muito entra na sala e diz que vai nos contar uma história sobre uns seres infinitesimais que moravam na terra do buraco do corner de um campo de futebol.


Senta na mesa e começa a discorrer sobre a vida dos tais seres: de como nasciam, cresciam, estudavam e ralavam mto atrás de um meio de subsistência, tinham crises existenciais, se apaixonavam, procriavam, trabalhavam pesado uma grande parte da vida para se manter atualizados em seus conhecimentos e para sustentar seus filhotes, começavam a ensinar para as gerações mais jovens o que sabiam e assim iam, até o dia de sua morte.


Só que o tempo médio de vida desse ser era de um nano segundo.


E esse nano segundo era o suficiente pro bicho viver a vida dele da forma como foi descrita - afinal, o tempo tbém é relativo e depende mesmo do observador.


Entre esses seres existiam "seres-cientistas", assim como existiam "seres-qquer-outra-coisa"; e aqueles teimavam em passar sua nano-vida observando pra fora do buraco.


Milhões de gerações se sucederam, até que um deles inventou uma lente infinitesimal e conseguiu obter mais informações sobre o mundo em que viviam.


Nesse ponto, o professor nos colocou a questão: qtos milhões de gerações serão necessárias para que essa população do corner saiba que vive num buraco no canto de um campo gramado? E o que é um campo gramado, afinal?

E qtas mais até descobrirem que as linhas eram brancas e haviam sido pintadas por alguém? E por que? E por quem? E pra que?
Qtas ainda até descobrirem o que é um campo de futebol? E o que é o futebol?
E descobrir as regras... e a existência de campeonatos... e de homens que fazem isso... e de um planeta que abriga homens... um "planeta"!? Mas... que?!?

Quantas?


Olhou pra turma e disse: "nós vamos agora estudar o que pudermos de ciência, e da melhor maneira que nos for possível, mas nunca - nunca! - esqueçam: nós somos esses seres infinitesimais do buraco do campo...

Nós somos pouco mais que poeira de carbono, mas com uma única diferença: temos uma centelha que é a consciência disso!
E é essa consciência que nos permite ter a humildade de agradecer a Deus todos os dias por termos essa vida, essa curiosidade e essa capacidade investigativa!
Agora, mãos à obra, piás!""

Deixo meu agradecimento a Yáscara, pela excelente lição.

Um comentário:

  1. Assim como eu - entre tantos e tantos alunos que passaram pela mão do cara - deixo meu agradecimento público ao nosso querido Professor Shautard, a pessoa que quebrou a nossa arrogância intelectual já na raiz. :)

    ResponderExcluir