sábado, 20 de abril de 2013

A nossa triste realidade.


Fiquei com a impressão que o texto desta postagem foi, até agora, o mais
complicado que escrevi nos 4 anos do blog. Explico a razão, depois que descobri a notícia principal, ocorreram vários motivos de revolta para a população brasileira e todos, seguindo a tradição nacional, provavelmente, acabarão como o da notícia principal.

Tivemos a revolta contra os criminosos que foram diplomados deputados, a boate que pegou fogo, o pastor que pede número de cartão de crédito nomeado para a pasta dos Direitos Humanos, motorista que atropelou ciclista, outro que atropelou skatista e agora a revolta, novamente, contra a maioridade penal, mas será que algo mudará no país? Acho muito difícil, afinal, brasileiro esquece rápido.

Há pouco mais de 14 anos foi descoberto que um carregamento de anticoncepcionais, Microvlar, sem o principio ativo, apenas com placebo, havia sido colocado no mercado. Segundo nota divulgada pela indústria na época, tratava-se de um lote que foi usado para testar um novo maquinário de embalagens.

Mas embora poucos se lembrem, o caso do anticoncepcional só foi descoberto devido a uma fraude anterior que havia ocorrido, aqui inicia a história principal.

Infelizmente, todas as pessoas conhecem alguém, seja da família ou não, que tenha sofrido, ou sofra, com algum tipo de câncer, doença que a partir do diagnóstico é um sofrimento não só para o paciente como para todos do seu convívio.

Agora, imagine o paciente fazer uso de um medicamento para essa terrível doença e depois descobrir que, na verdade, havia tomado placebo (medicamento sem efeito). Foi justamente isso que aconteceu com vários pacientes e também com o poder público, este para distribuição gratuita, que adquiriram o medicamento Androcur, para câncer de próstata, falsificado.

Os anticoncepcionais "de farinha", como ficaram conhecidos, só foram descobertos devido ao caso anterior envolvendo o remédio para câncer, este que só foi descoberto, graças a denúncia de uma pessoa que achou estranho uma pessoa oferecer como pagamento por seu carro caixas do medicamento Androcur.

Na época revolta, indignação, a busca pelos culpados e medidas emergenciais por parte das autoridades, aquela "raspadinha" nas caixas de medicamentos foi uma delas (não sabe o que é isso? Todo medicamento possui um espaço escrito "raspe aqui com metal").

O laboratório Schering do Brasil, na época, era o detentor da patente do Androcur, mas os falsos haviam sido produzidos e comercializados, com caixa e bula do original, por uma tradicional farmácia de São Paulo.

Dezoito pessoas foram responsabilizadas pelo crime, dessas, dez foram condenadas em 2003 e quinze anos após o ocorrido apenas o dono da gráfica, responsável pelas impressões de caixas e bulas da falsificação, passou 13 dias na cadeia. Com todos os recursos possíveis é bem provável que o crime prescreva e ninguém cumpra nenhuma pena.

Acompanhei o noticiário na época, a revolta da população e as promessas das autoridades. Nós brasileiros precisamos, urgente, exigir mudanças não apenas no calor do momento, mas quem são os brasileiros que se preocupam com isso, afinal, quem joga amanhã mesmo?

Nenhum comentário:

Postar um comentário