domingo, 17 de fevereiro de 2013

A Lei Seca, a violência e a alienação da população.


A capa do principal jornal, de Franca no dia 16/02/2013, retrata bem a forma que está sendo vendida pelo governo e, automaticamente, comprada pela população e a postura adotada por toda imprensa em relação a nova Lei Seca.


Um dos assuntos mais comentadas no momento é a nova lei seca, todo telejornal não deixa de divulgar alguma importante informação, imagens de blitz, número de infratores flagrados pelas autoridades, acidentes que já ocorreram em razão do álcool, as pessoas que tentam de alguma forma burlar a lei, entre outras coisas. Espaço bem menor é dado a violência.

A capa do jornal traz a seguinte chamada: "Lei seca manda 13 motoristas bebuns para prisão em 5 dias", o adjetivo "bebuns" é usado para vender jornal, afinal, com a mudança da lei, duas latinhas de cerveja já seriam suficientes para que o motorista fosse preso.

Porém, se você reparar na capa que postei, a foto é sobre outro assunto e acompanha a seguinte legenda: "Contra ladrões: O comerciante José Francisco da Silva montou uma cama improvisada em sua loja, onde dorme todas as noites com receito de assaltos. Empresários da avenida Adhemar de Barros se sentem inseguros em deixar os estabelecimentos à noite devido aos furtos registrados na região nos últimos meses".

A capa é a versão impressa dos principais telejornais, onde as notícias sobre a Lei Seca possuem mais destaque que o absurdo aumento da violência pelo país. O estado que melhor aplica a Lei Seca é o Rio de Janeiro, estado que possui verdadeiras áreas de guerra. São Paulo teve o, absurdo, número de mais de 100 policiais mortos só no ano de 2012. Santa Catarina já registrou 106 atentados a ônibus apenas nos últimos 17 dias, os motoristas e cobradores decidiram trabalhar apenas entre as 7 e 18 horas, algumas escolas e faculdades suspenderam as aulas.

Para nós contribuintes brasileiros será que o mais importante mesmo é a tal da Lei Seca?

No Rio de Janeiro está sendo instalado nas favelas as Unidades de Polícias Pacificadoras, não falei que tinha áreas de guerra, em São Paulo os governos Federal e o Estadual fizeram uma parceria para efetuar estudos para diminuir a violência e em Santa Catarina o Governo Federal mandou a Força Nacional para as ruas e transferiu alguns presos suspeitos de serem os mandantes dos ataques. Nem vou citar os outros Estados da federação, com índices de violência ainda maiores.

As perguntas sobre violência no três estados que citei são: Polícia Pacificadora resolverá o problema da violência urbana, os furtos e roubos no calçadão? Em São Paulo um dos problemas é uma facção criminosa que os principais líderes já estão presos e em Santa Catarina, tudo indica que os mandantes também estão presos, e alguns dos suspeitos são integrantes PGC (Primeiro Grupo Catarinense) - da para acreditar no nome, eu também nunca tinha ouvido falar.

Não deveríamos estar exigindo ações efetivas do Estado para nossa segurança, impostos - pagos por nós - que deveriam ser revertidos para isso não faltam, mas convenhamos, é muito melhor e mais fácil para o Estado, não defendo aqui quem dirige embriagado: ameaçar de prisão, receber a multa de R$ 1.915,40 e suspender a CNH por um ano, daquele trabalhador que ao término do expediente toma um chopinho com os amigos ou daquele casal que aprecia um bom vinho no almoço de domingo que proteger o trabalhador e a sua família dos criminosos que, muitas vezes, já estão sob a custódia do Estado. 

Nossa realidade é um Estado que não coibi a violência, a imprensa que se comporta como cúmplice e a população que aceita que um trabalhador que tenha ingerido uma pequena quantidade de álcool seja efetivamente mais punido pelo Estado que um criminoso que furta uma casa ou veículo, para citar apenas o crime de furto.

Um comentário:

  1. é foda. Já comentamos isso lá na GNG.
    Eu tô muito indignado com isso, tbem.
    O estado-babá aos poucos vai tomando conta de nossas vidas, de nossos costumes.
    Dias desses, li que uma lei aqui do PR, regulamenta o peso das mochilas escolares. O problema é quem vai fiscalizar essa lei, dizia a matéria. Isso é um completo absurdo. Bastaria que os pais entrassem num acordo com a escola, porra! Muito mais preocupados com o peso, deveriam estar os pais ao verem o conteúdo dos livros que vão nessas mochilas. A inversão de valores está indo a toda velocidade e o cidadão tá cada vez mais idiotizado.

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