Na época que surgiu o mais recente projeto para um estádio do Corinthians comentei aqui que era coisa do, hoje, ex-presidente, fui bombardeado por alguns corintianos que se disseram perseguidos.
O projeto de um estádio para a Copa, com dinheiro público, é absurdo e com capital particular utopia. Agora já surgiram rumores do que todos já sabiam, mas os corintianos se recusavam a enxergar.
Fonte: Folha
Projeto de Itaquera é o pior das 12 sedes da Copa-14
Entre todos os projetos dos estádios da Copa de 2014, o do Corinthians é o que apresenta mais deficiências.
Por meio de pessoas ligadas ao clube, a Folha teve acesso ao relatório enviado pela Fifa e pelo Comitê Organizador Local com todas as restrições que o projeto de Itaquera tem. No total, são 109 apontamentos feitos.
A reportagem apurou com os comitês de todas as outras cidades-sedes e, no primeiro relatório recebido, cada projeto teve, em média, 30 restrições, quase quatro vezes menos que o estádio do Corinthians, em Itaquera.
Arenas consideradas problemáticas, como as de Cuiabá, de Brasília, o Maracanã e até o Morumbi, tiveram cerca de 30 problemas apontados nos primeiros relatórios.
O estádio do São Paulo, aliás, foi vetado para abrigar as partidas da Copa de 2014 para dar lugar à futura arena do arquirrival Corinthians.
FORA DA ABERTURA
Nas 109 restrições relatadas estão relacionadas desde a quantidade de assentos --insuficiente para receber o jogo de abertura do Mundial --até a estrutura do estádio, "de baixa qualidade".
Para abrigar o jogo de abertura, a Fifa exige, no mínimo, 60 mil lugares para torcedores. No entanto, como exposto no relatório, o atual projeto de Itaquera suporta menos que esse número: chega a 59.842 assentos.
Com essa quantidade, além de não estar apto para receber a abertura, o estádio corintiano não poderá nem abrigar uma partida de semifinal do Mundial do Brasil.
O relatório ainda aponta que o número de assentos está "justo", considerando os lugares que possivelmente terão de ser inutilizados para o uso de plataformas de câmeras e estúdios de imprensa, por exemplo.
A área destinada para a mídia, inclusive, é um dos grandes problemas do projeto de Itaquera. Segundo o relatório, "é inaceitável que a tribuna de imprensa esteja atrás da linha do gol".
Outro ponto importante ressaltado é a data para a conclusão da área de hospitalidade. O prazo estipulado no projeto não cumpre o pedido pela Fifa, que exige que a área seja entregue, no máximo, em julho de 2013.
A questão de visibilidade é salientada no relatório. É o chamado "valor C", relacionado à posição dos assentos e a consequente, ou não, obstrução da visão dos torcedores de uma fileira acima.
No projeto apresentado pelo Corinthians, o espaço é de 7 cm, quando a Fifa recomenda entre 9 cm e 12 cm.
O relatório ainda critica a qualidade da estrutura da arena corintiana. "O estádio parece ter uma estrutura muito simples e barata nos lados leste, norte e sul", aponta o documento.
NOVA VERSÃO
Procurado pela Folha, o Comitê Paulista da Copa-2014 afirma que as deficiências relatadas sobre Itaquera, como a questão de sua capacidade líquida, foram sanadas em uma versão do projeto que será entregue ao COL até o dia 14 de fevereiro.
Outros apontamentos, como os postos destinados à imprensa e também à hospitalidade, o comitê alega que já sofreram adequações.
O órgão informa que todas as observações feitas pelo Comitê Organizador Local e pela Fifa serão atendidas, "especialmente porque a maioria diz respeito à atualização de plantas, nomenclatura e legendas de cores".
O comitê paulista para o Mundial lembra ainda que, se comparado com os outros estádios, o projeto corintiano passou a ser analisado em fase mais adiantada, já que foi a última arena a ser apresentada (no lugar do Morumbi).
Luis Paulo Rosenberg, diretor de marketing do Corinthians e que trata de assuntos do estádio, foi procurado, mas não atendeu às ligações.
Questionados pela Folha, conselheiros corintianos dizem que, após a eliminação na Libertadores, os problemas do estádio são outros empecilhos a serem enfrentados pelo presidente Andres Sanchez no ano de eleição.