quinta-feira, 28 de maio de 2009
O CAVALO E O PORCO
Um fazendeiro colecionava cavalos e só faltava uma determinada raça.
Um dia ele descobriu que o seu vizinho tinha este
determinado cavalo.
Assim, ele atazanou seu vizinho até conseguir comprá-lo.
Um mês depois o cavalo adoeceu, e ele chamou o veterinário:
Bem, seu cavalo está com uma virose, é preciso tomar este
medicamento durante 3 dias, no terceiro dia eu retornarei e
caso ele não esteja melhor,será necessário sacrificá-lo.
Neste momento, o porco escutava toda a conversa.
No dia seguinte deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: Força amigo!
Levanta daí, senão você será sacrificado!!!
No segundo dia, deram o medicamento e foram embora.
O porco se aproximou do cavalo e disse: Vamos lá
amigão, levanta senão você vai morrer!
Vamos lá, eu te ajudo a levantar... Upa! Um,dois,três.
No terceiro dia deram o medicamento e o veterinário disse:
Infelizmente, vamos ter que sacrificá-lo amanhã, pois a virose pode contaminar os outros cavalos.
Quando foram embora, o porco se aproximou do cavalo
e disse: Cara é agora ou nunca, levanta logo! Coragem! Upa!
Upa! Isso, devagar!
Ótimo, vamos, um, dois, três, legal, legal, agora mais depressa vai...
Fantástico! Corre, corre mais! Upa! Upa! Upa!!!
Você venceu, Campeão!!!
Então de repente o dono chegou, viu o cavalo correndo no campo e
gritou: Milagre!!! O cavalo melhorou. Isso merece uma festa..."Vamos matar o
porco!!!"
Ponto de reflexão:
Isso acontece com freqüência no ambiente de trabalho. Ninguém percebe, quem é o funcionário que tem o mérito pelo sucesso. Saber viver sem ser reconhecido é uma arte." Se algum dia alguém lhe disser que seu trabalho não é o de um profissional, lembre-se:
“Amadores construíram a Arca de Noé e profissionais, o Titanic.”
Procure ser uma pessoa de valor, em vez de ser uma pessoa de sucesso.
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quarta-feira, 27 de maio de 2009
segunda-feira, 25 de maio de 2009
"Porque todo estudante de Direito se acha"
Se os filhos são o retrato dos pais, os alunos são o retrato de seus professores.
Um professor pode até, embora eu não concorde, "ensinar" que advogados no labor tem que ser tratados por "doutor".
Porem na saula de aula, ou seja no meio acadêmico, ele deveria explicar que Doutor:
"É aquele que fez DOUTORADO."
Ao omitir esse fato, o professor "cria" aquelas criaturas repugnantes que adoram se gabar por serem "dotor", sem ao menos saber o que significa esse título, sim, Doutor é um título.
Assim descobri como surge o "estudante de direito".
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quinta-feira, 21 de maio de 2009
Quem nunca foi discriminado!?
É improvável, para não dizer impossível, encontrar uma pessoa que não tenha sofrido algum tipo de discriminação. Agora cursando a faculdade aprendi, e senti na própria pele, um novo tipo: a discriminação por ser "aluno da Unifran".
Em uma cidade com 3 faculdades de Direito, sendo 2 destas classificadas entre as melhores do país, estudar na outra se torna um forte motivo de críticas. É só você tentar dialogar, sobre o curso, com um aluno de uma das outras faculdades que você é automaticamente rebaixado.
Na aula de hoje, ficou comprovado que não só os alunos nutrem esse comportamento absurdo, como também alguns professores.
Explico a razão: Se para um aluno já é complicado defender seu ponto de vista na própria sala que dirá diante de uma outra sala, de outra faculdade, de um professor que nunca viu e ainda estando ali para divulgar um evento e não para "explicar matéria".
Agora, depois de tamanho embaraço causado a uma aluna, visitante, ainda querer: criticar a segunda melhor faculdade do estado e ainda julgar uma aluna do 4º ano desta faculdade é no mínimo ridículo.
Será que nós alunos da Unifran podemos reclamar por sofrermos discriminação dos alunos da FDF e Unesp, sendo que existe entre nossos professores um que tem a capacidade de, ignorando todos os rankings, rebaixar as outras faculdades?
quarta-feira, 20 de maio de 2009
Estudante de Direito :
Estudante de Direito não copia: Compila.
Estudante de Direito não fala: Defende idéias.
Estudante de Direito não tem professor: Tem colega que aplica a matéria.
Estudante de Direito não dorme: Concentra-se.
Estudante de Direito não faz sexo: Pratica conjunção carnal.
Estudante de Direito não se distrai: Analisa a inter-relação simbiótica dos insetos a sua volta.
Estudante de Direito não falta à faculdade: É solicitado em outros lugares.
Estudante de Direito não faz putaria: Pratica ato libidinoso.
Estudante de Direito não cola: Tem código comentado por ele próprio.
Estudante de Direito não diz besteiras: Defende uma outra corrente.
Estudante de Direito não fica lendo e-mail em serviço: Pesquisa jurisprudência.
Estudante de Direito não lê revistas na sala de aula: Se informa sobre acontecimentos da sociedade.
Estudante de Direito não fica bêbado no bar da faculdade: Se socializa com a comunidade.
Estudante de Direito não mente: Faz alegações desprovidas de provas!!!
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terça-feira, 19 de maio de 2009
Alunos dão lição sobre privacidade na web a juiz
Alunos dão lição sobre privacidade na web a juiz
"Aprendizado prático". Uma bela frase, repleta de esperança, que descreve lições aprendidas na vida real que ajudam a iluminar as questões de um tema acadêmico - o oposto de "aprendizado teórico". No segundo trimestre deste ano, os alunos de uma matéria optativa sobre privacidade na internet que consta do currículo da escola de Direito da Universidade Fordham passaram por diversos desses fascinantes momentos de aprendizado prático, como parte de um trabalho cujo objetivo era demonstrar o grande volume de informações pessoais que corre pela internet.
O trabalho, que lhes foi prescrito pelo professor encarregado do curso, Joel Reidenberg, era assumidamente provocativo: criar um dossiê sobre o juiz Antonin Scalia, da Suprema Corte dos Estados Unidos, com base nas informações disponíveis sobre ele na rede. E por que Scalia?
Bem, os alunos vinham discutindo as recentes declarações que ele fez desconsiderando as preocupações sobre a defesa da privacidade na internet, em uma conferência jurídica recente. De acordo com a agência de notícias Associated Press, Scalia resumiu a questão com: "Todos os dados que existem sobre minha vida são privativos? Isso é tolice".
E isso quer dizer que uma espécie de desafio foi lançado - ainda que Reidenberg tenha declarado em entrevista que discorda dessa interpretação. O trabalho, ele disse, não tinha por objetivo "causar embaraços a ninguém, e tampouco tomar Scalia por alvo em função de qualquer assunto referente ao seu trabalho na Corte". (O professor também não demorou a lembrar que, no ano passado, o mesmo trabalho havia sido prescrito aos alunos, mas tendo ele, Reidenberg, como assunto.)
Scalia era uma boa escolha: uma figura muito pública, com bons motivos para resguardar sua privacidade. Encontrar o número da linha direta de telefone de seu gabinete, por exemplo, é tarefa quase impossível.
Mas os alunos conseguiram montar um dossiê de 15 páginas, informou Reidenberg em conferência sobre defesa de privacidade, que incluía o endereço e o número de telefone da casa de Scalia, o endereço pessoal de e-mail de sua mulher e os programas de TV e pratos que ele prefere.
Como não considerar que a criação desse dossiê tem um aspecto de justiça poética. O senhor ainda considera que a questão é "tolice", meritíssimo? Aprendizado prático, afinal, não se aplica apenas aos alunos.
A idéia jamais foi divulgar publicamente o dossiê (ainda que, como aponta o professor, já que a lei protege apenas material recolhido para avaliar um candidato a emprego, divulgá-lo seria legal), e Scalia não deveria saber sobre o trabalho acadêmico, mais ou menos como muitos de nós nos mantemos absurdamente desatentos a tudo que se pode descobrir sobre nossas vidas por meio da internet.
Os comentários de Reidenberg na conferência foram registrados por um site chamado Above the Law, e com isso a questão se tornou pública, ajudada pela manchete "o que a Universidade Fordham sabe sobre o juiz Scalia".
Outro momento de aprendizado prático. Reidenberg estava falando sobre a perda de "obscuridade prática", ou seja, a idéia de que certas informações pessoais talvez tenham estado sempre disponíveis - por exemplo, nos registros judiciais -, mas descobri-las e disseminá-las sempre foi complicado na prática.
"Eu estava apresentando um trabalho acadêmico em uma conferência acadêmica, sobre a perda de obscuridade prática, e o exemplo que utilizei foi tirado do contexto e virou reportagem nacional", disse o professor.
Quando as informações sobre o dossiê chegaram à imprensa, Reidenberg ofereceu exibir a Scalia o material recolhido, mas o juiz não respondeu.
A privacidade, e sua violação, são assunto de discussão há milênios. As declarações de Scalia sobre a questão foram feitas em um evento que tratava do direito à privacidade e liberdade individual da antiguidade à era da internet. Mas a tecnologia vem pressionando nossas leis, e as soluções nem sempre são fáceis.
É valioso, por exemplo, descobrir quem foi detido recentemente por embriaguez ao volante, mas vivemos em um mundo no qual é possível rapidamente obter o endereço e foto de qualquer criminoso sexual ou pessoa que tenha sido apanhada embriagada ao volante em um raio de cinco quilômetros. Não é apenas que a informação pessoal circule o mundo e possa ser obtida por qualquer pessoa dotada de uma conexão de internet, mas também o imenso volume de informações disponível.
"No caso individual, poderia ser inócuo saber, por exemplo, que prefiro Coca-Cola a Pepsi", diz Daniel Solove, professor de Direito na Universidade George Washington. "Mas quando há um acúmulo de informações, a coisa muda de figura. Se existe um registro de tudo que alguém comprou ao longo dos anos, é possível fazer inferências sobre a saúde, a situação financeira e os interesses da pessoa".
Chris Reid, aluno de terceiro ano da Fordham que fez o curso de Reidenberg no ano passado, disse que seus colegas quase todos tendem a não se preocupar com a privacidade na internet, "mas nossa geração precisa receber um alerta a respeito". "As pessoas estão dispostas a abrir mão de muita privacidade em troca de um pequeno benefício. Elas não conhecem o custo completo", afirmou.
Scalia recusou um pedido de entrevista, por meio de um porta-voz, mas respondeu à questão em um comunicado: "Mantenho minha declaração de que é tolice imaginar que todos os dados sobre minha vida sejam privativos. Estava me referindo, é claro, à questão de cada um desses dados merecer proteção legal", afirmou. "Não é um fenômeno raro que algo seja ao mesmo tempo legal e irresponsável. A questão surge o tempo todo em casos quanto ao direito de livre expressão. E porque o professor não estava lecionando um curso sobre bom senso, presumo que tenha suposto que não precisava demonstrá-lo".
Um momento de aprendizado prático, mas talvez não de sabedoria.
fonte: www.terra.com.brsábado, 16 de maio de 2009
sexta-feira, 15 de maio de 2009
Matéria para estudo do 1º ano - Teoria Geral do Processo
http://www.4shared.com/file/105561431/adb4530b/Matria_para_estudo_do_1_ano_-_Teoria_Geral_do_Processo.html
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quinta-feira, 14 de maio de 2009
Um diploma não passa de um papel.
Pobre do individuo que se julga superior a outro por "ter um diploma superior" e INFELIZ do que não tendo se julga inferior.
Muitas pessoas se formaram e continuaram a se formar, em faculdades, mantendo a mesma capacidade, isso quando não perdem algumas, de quando entraram.
Simplesmente, porquê, a inteligência não é contemplada com um diploma.
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segunda-feira, 11 de maio de 2009
Homenagem....
A imagem que melhor ilustra a aula de segunda-feira dia 11/05/2009.....
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Como falar com um esquerdista
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Você já deve ter entrado em uma discussão ferrenha com um esquerdista, não é? Segue uma sugestão para “ Falar com um Esquerdista (se não tiver jeito)”
Bom divertimento! Fonte: causaliberal.com.br |
domingo, 10 de maio de 2009
Política:
sábado, 9 de maio de 2009
sexta-feira, 8 de maio de 2009
quinta-feira, 7 de maio de 2009
sábado, 2 de maio de 2009
Direito não é fé
O advogado-geral da União e candidato a vaga de ministro
do Supremo Tribunal Federal é contra o aborto mas defende
a tese de que a decisão final pertence às mulheres
José Antonio Toffoli foi advogado do presidente Lula nas três últimas campanhas, ocupou a assessoria jurídica da Casa Civil na gestão do ex-ministro José Dirceu e, desde março de 2007, é o advogado-geral da União – uma espécie de conselheiro jurídico do governo. Aos 41 anos, ele se prepara para um salto maior na carreira: é o preferido do Planalto para ocupar uma das duas vagas de ministro do Supremo Tribunal Federal que serão abertas até o fim de 2010. Toffoli diz que aceitará o cargo se for convidado, mas rebate as insinuações de que será um soldado do PT no STF. Em entrevista a VEJA, o jovem advogado-geral comenta a discussão áspera entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa, defende a descriminalização do aborto e a união civil entre pessoas do mesmo sexo – apesar de ser católico praticante, irmão de padre e sobrinho de monsenhor, além de assíduo frequentador da missa dominical.
Como o senhor analisa a discussão entre os ministros Gilmar Mendes e Joaquim Barbosa? O Judiciário brasileiro é um dos únicos do mundo em que os julgamentos são públicos, transmitidos ao vivo pela TV. Isso traz mais transparência e explicita as divergências, o que é positivo. A função de ter um colegiado de ministros é que as divergências sejam debatidas e resultem em um voto melhor. Como os dois ministros são humanos, o debate virou uma discussão mais acirrada, com palavras mais fortes. Não concordo que haja populismo no tribunal, como disse o ministro Gilmar Mendes, muito menos que a imagem do Judiciário esteja comprometida, como disse o ministro Joaquim Barbosa. Mas acho perfeitamente legítimo que os dois expressem essas opiniões.
A Advocacia-Geral da União é acusada de atuar como advocacia do governo. É possível separar as duas coisas? A AGU tem a função de defender na Justiça todos os poderes da União. Mas tem uma proximidade maior com o Executivo porque presta consultoria direta em todos os atos do presidente. No meu caso, porém, nunca houve influência do governo ou qualquer pressão do presidente para mudar um parecer.
Mas o senhor foi por mais de dez anos advogado do PT. Isso não compromete sua isenção? De maneira nenhuma. Em primeiro lugar, eu me desfiliei do partido quando entrei na Casa Civil, em 2003. Além disso, nunca tive militância partidária nem disputei eleições. Tenho apenas proximidade com o partido e com o presidente Lula, de quem fui advogado em três campanhas presidenciais. Isso não compromete a atuação institucional na AGU. Aqui sou pautado pela Constituição e pelas leis do país.
O Supremo Tribunal Federal decide nos próximos dias a descriminalização do aborto de fetos anencéfalos. Qual é a sua posição sobre o tema? A discussão que se coloca é sobre quando começa a vida. A posição do Ministério da Saúde, defendida pelo governo e por mim, é que um feto que não vai desenvolver o cérebro está fadado ao insucesso, não terá uma vida propriamente dita. Defendo a ideia de que o casal ou a mulher que se decida pela continuação da gravidez em casos assim tenha o direito de levá-la até o fim. O mesmo vale para quem decidir o contrário. Se optar por interromper a gestação, a mulher não deverá ser processada criminalmente por isso.
O senhor é católico praticante, e a Igreja defende a manutenção da criminalização do aborto. Não há aí uma contradição? Respondo com tranquilidade: sou contra o aborto. E duvido que exista sobre a Terra algum ser humano favorável ao aborto. Mas o problema tem de ser encarado de outro ponto de vista: qual é a melhor forma de combatê-lo? Qual é a melhor maneira de diminuir o número de casos de aborto? A criminalização não é a resposta. Ela pode até ser importante do ponto de vista moral para dizer que é algo errado, incorreto, mas não resolve o problema. Não adianta alimentar uma polêmica de religião versus estado ou de feminismo versus Igreja. É necessário que as pessoas pensem na melhor forma de combater o aborto. Resumindo: sou contra o aborto e contra sua criminalização.
Com a proibição, como o senhor diz, os abortos ocorrem de maneira clandestina. Sem ela, a prática não tenderia a se disseminar mais ainda? Defendo a ideia de que o estado ofereça uma política de saúde pública que procure evitar o aborto, mas que também dê condições dignas e seguras às mulheres que decidam abortar. O estado precisa incentivar a contracepção e o sexo seguro. Esse tipo de informação é fundamental. Quando a mulher engravida, é necessário que se dê a ela acesso a programas médicos, sociais, psicológicos, religiosos e até auxílio econômico, se for o caso, para que mantenha essa gravidez. É preciso fornecer meios para dissuadi-la da possibilidade de fazer um aborto. Mas depois disso, se não houver outra opção, é melhor que ela o faça de maneira segura.
Essa é uma opinião pessoal ou é a visão do governo sobre o assunto? A minha opinião é muito semelhante à dos ministros José Gomes Temporão (Saúde) e Dilma Rousseff (Casa Civil). Nós consideramos que o aborto tem de ser visto como uma questão de saúde pública, não como um problema criminal. Isso é muito diferente da visão da Secretaria da Mulher, que aceita o aborto como uma forma de contracepção. Pragmaticamente, a descriminalização é a melhor forma de reduzir o número de abortos.
"Na medida em que há uma relação homoafetiva, você tem de protegê-la constitucionalmente. A Igreja tem todo o direito de considerar isso um pecado. E aquele que é católico vai se entender com a Igreja" |
O senhor também já deu parecer favorável à união civil entre pessoas do mesmo sexo. Essa é uma posição do governo? Essa é uma posição da interpretação das leis do Brasil. Está clara na Constituição a proibição de discriminação de qualquer espécie. Eu entendo que a Constituição atende também à realidade do homossexualismo. Na medida em que há uma relação homoafetiva, você tem de protegê-la legal e constitucionalmente. A Igreja tem todo o direito de considerar isso um pecado. Aquele que é católico vai se entender com a Igreja. Agora, o estado e AGU têm de se pautar pela Constituição, que proíbe a discriminação de qualquer espécie.
Uma das causas da sobrecarga e da consequente lentidão da Justiça é o excesso de recursos interpostos pela União. Há como mudar esse quadro? Eu aceitei o cargo justamente para enfrentar o desafio de mudar a cultura jurídica. No Brasil, nós temos a formação, desde as escolas de direito, para o conflito. Nos Estados Unidos, a maioria das questões é resolvida nos escritórios de advocacia. A Justiça brasileira hoje tem mais de 60 milhões de ações. Cada uma tem pelo menos dois lados. Então são 120 milhões de pessoas litigando na Justiça. Não há como funcionar. O Poder Judiciário não é a solução de todos os problemas.
Mas o estado não é o principal culpado dessa situação, com seu excesso de ações e recursos intermináveis? O estado já foi um dos maiores provocadores de ações na Justiça por causa da época da inflação. Ainda temos alguns esqueletos no Supremo, mas esse rescaldo dos planos econômicos está acabando. Aqui na AGU estamos tentando contribuir para reduzir mais ainda a morosidade da Justiça. Criamos câmaras de conciliação para evitar que brigas entre órgãos federais cheguem à Justiça. O governo precisa se mexer, modernizar-se constantemente, porque o cidadão não pode ter raiva do estado, como ocorre hoje. O estado precisa ser mais ágil e o governo não pode ser um bicho-papão.
O senhor comprou briga com os ministros Dilma Rousseff e Tarso Genro ao se posicionar contra a revisão da Lei da Anistia. Para eles, seu parecer serviu para defender torturadores. Há um equívoco nessa visão. Divulgou-se que a AGU defendeu torturadores. Não foi isso. A AGU fez a defesa da União, é obrigação da AGU defender a União e a constitucionalidade e legalidade das leis. E a Lei da Anistia é legal. Eu compreendo e respeito a posição pessoal dos ministros que foram contrários à atuação da AGU. Mas ela cumpriu seu papel constitucional.
A área jurídica do governo também foi favorável à extradição do terrorista italiano Cesare Battisti. Ainda assim, o Executivo concedeu refúgio político a ele. O senhor acha correta essa decisão? Não vou revelar minha posição porque a AGU deve ser instada a se manifestar pelo Supremo Tribunal Federal. Mas acho que ao STF, como a maior instância judiciária, cabe dar a última definição sobre qualquer conflito judicial. Inclusive nesse caso de extradição.
A oposição acusa o governo de uso da máquina para tornar a candidata Dilma Rousseff conhecida da população. O que a oposição parece pretender é que o governo pare de trabalhar, mas isso é impossível. Se o governo trabalha e a imprensa repercute esse trabalho, isso não pode ser qualificado de propaganda eleitoral. Fazendo uma analogia com a Fórmula 1, nós não estamos sequer nos treinos livres da campanha. Não estão definidos sequer os pilotos. Até chegar ao grande prêmio falta muito tempo. Por isso, a oposição dá um tiro no pé ao apontar a ministra Dilma como candidata no pleito de 2010. Isso só faz com que apareça mais o nome dela.
O senhor era o subchefe da Casa Civil quando José Dirceu era ministro. O senhor teve conhecimento do mensalão? Só posso falar sobre o que vi. No tempo em que fiquei na Casa Civil, nunca ouvi falar de mensalão. Até vir aquela denúncia do Roberto Jefferson, nem sequer tinha ouvido falar nessa palavra. O comportamento do ministro José Dirceu comigo na Casa Civil sempre foi de respeito às leis. Ele nunca me pediu nenhum tipo de análise jurídica por encomenda.
"O problema é nossa herança de confundir o público e o privado. É preciso acabar com o costume de passar a mão na cabeça dizendo que o erro foi pequeno, que foi só uma passagem aérea. É preciso tolerância zero" |
O Congresso vive uma crise causada pelo uso irregular de recursos públicos. No ano passado, crise semelhante abateu o Executivo. A lei não é muito branda com os ladrões do nosso dinheiro? Discordo da tese de que uma nova lei seja a panaceia cada vez que aparece uma crise. O problema é nossa herança histórica e política de confundir o público com o privado. É preciso uma conscientização maior de que quem exerce uma função pública só pode gastar o dinheiro público no interesse público. E é preciso, acima de tudo, um rigor maior na fiscalização, acabar com esse costume de passar a mão na cabeça dizendo que o erro foi pequeno, que foi coisa de 1 000 reais, que foi só uma passagem aérea. Não há erro pequeno. É preciso tolerância zero com o uso indevido de dinheiro público. Mesmo o erro pequeno precisa de punição.
Mas alguém foi punido pelo governo no caso dos cartões corporativos? Sim. Teve ministro que deixou o cargo, o que é uma punição política, e outros que devolveram a verba utilizada irregularmente ao erário. Além disso, houve o lado positivo da regulamentação do uso do cartão. Não ficou tudo como estava antes do escândalo.
O seu nome é cotado para ser o próximo ministro indicado pelo presidente para o Supremo Tribunal Federal. O senhor espera esse convite? Um cargo como o de ministro do Supremo você não pode ambicionar nem pedir. Mas a honra do cargo também impede a recusa. Não fui convidado, mas se por acaso isso acontecer agirei com isenção. Discordo dessa análise de que Lula queira aparelhar o Supremo. Nem o governo militar fez isso. É muito comum, tanto no Brasil quanto no exterior, que ministros indicados pelo governo votem contra seu interesse. Quando uma pessoa assume um cargo dessa dimensão, passa a ter todas as garantias de independência, uma boa remuneração, a garantia de vitaliciedade. E ela não vai pôr em risco seu nome e sua história para prestar favores ao governo.
fonte: www.veja.com.br